Hemetério José dos Santos
Hemetério José dos Santos (Codó, 3 de março de 1858 – Rio de Janeiro, 1939)
Hemetério mudou-se para o Rio de Janeiro, tornando-se professor do Colégio Pedro II, na capital. No colégio, foi professor de francês, onde foi visto pelo próprio imperador, que o elogiou. Também lecionou na Escola Normal do Distrito Federal, onde foi adotado o seu Compêndio de Grammatica Portugueza; e no Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde recebeu patente de major do exército, e posteriormente a patente de tenente-coronel honorário. Foi educador do Pedagogium, instituição que exercia a função de coordenar e controlar as atividades pedagógicas no Brasil. Sua ação como educador tinha viés progressista, e suas aulas tratavam de combater o racismo e ensinar a cultura dos povos africanos.
Em sua atuação profissional como professor, Hemetério sofreu preconceitos de pais, ai verem um professor negro ensinando seus filhos. Foi o primeiro e único professor negro do Colégio Miitar, o que lhe obrigava se impor pela sua erudição para amenizar o preconceito sofrido. Em seu ativismo, ele fez críticas a Machado de Assis, argumentando que o escritor teria ignorado os negros em sua obra, e quando os retratava, era de forma pejorativa (Machado se refere aos negros como vesgos e zarolhos, perpetuando a imagem preconceituosa vigente na literatura e na sociedade de seu tempo).
Hemetério foi fundador da Academia Brasileira de Filologia, ocupando a cadeira de número 25 do qual é patrono.