SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE (SPP)
A síndrome pós-poliomielite pode provocar perda das funções musculares anos depois que os pacientes tiveram sua doença estabilizada
A síndrome pós-pólio (SPP) é uma desordem neurológica que acomete pessoas por volta dos 40 anos que, pelo menos 15 anos antes, foram infectadas pelo vírus da poliomielite e desenvolveram uma forma aguda ou inaparente da doença.
A principal característica da síndrome é a perda das funções musculares que tinham permanecido estabilizadas no intervalo entre a recuperação e o aparecimento dos novos sintomas.
O quadro não é provocado pela reativação do vírus da poliomielite, mas pelo desgaste proveniente da utilização excessiva dos neurônios motores próximos daqueles que foram destruídos pelo poliovírus. Isso acontece porque, para compensar essa falta, apesar de também terem sido afetados, os neurônios sobreviventes passaram a enviar ramificações para inervar os feixes musculares comprometidos pela doença.
A tendência é que os casos de síndrome pós-pólio diminuam consideravelmente nos países em que as campanhas de vacinação contra a poliomielite representaram uma estratégia importante para erradicar a doença.
Não existem estatísticas precisas sobre o número de portadores da síndrome pós-poliomielite no Brasil. Na verdade, só em 2010, a enfermidade foi incluída no Catálogo Internacional de Doenças (CID 2010), graças a um trabalho desenvolvido por pesquisadores brasileiros na Unifesp.
Sintomas
A síndrome pós-poliomielite pode manifestar-se tanto em pacientes que desenvolveram um episódio de paralisia flácida quanto naqueles em que a infecção não deixou esse tipo de sequela.
Os principais sintomas da SPP são:
- Fraqueza muscular progressiva nos membros atingidos ou não pela doença;
- Cansaço excessivo;
- Dores musculares e nas articulações;
- Cãibras;
- Dor de cabeça;
- Dificuldade de deglutição e para controlar os esfíncteres;
- Hipersensibilidade ao frio;
- Distúrbios do sono;
- Problemas respiratórios;
- Depressão;
- Ansiedade.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta os sinais da síndrome instalados há mais de um ano em pessoas que tiveram poliomielite no passado.
A eletroneuromiografia pode ser um exame útil para avaliar alterações na inervação e ajudar a excluir a possibilidade de outras doenças degenerativas com sintomas semelhantes.
Tratamento
Não existe tratamento específico para a síndrome pós-poliomielite. A abordagem é sempre multidisciplinar e inclui exercícios aeróbicos leves, de alongamento, de resistência com pouca carga, hidroterapia, orientação nutricional, assim como o uso de órteses (bengalas, muletas, andadores, coletes, por exemplo), de próteses, de equipamentos de assistência e suporte, de medicamentos para controle da dor e da ansiedade.
A fisioterapia é um recurso essencial para ajudar a manter a função muscular.
Recomendações
Pacientes com síndrome pós-pólio devem ser orientados para:
- Reduzir ao máximo o gasto desnecessário de energia;
- Estabelecer uma rotina de vida que permita incluir períodos de repouso entre as atividades do dia a dia;
- Investir no condicionamento físico adequado visando ao fortalecimento da capacidade funcional;
- Evitar realizar movimentos repetitivos;
- Exercitar os músculos de forma criteriosa para que não atrofiem;
- Valer-se do uso de equipamentos ou próteses que ajude a retardar o processo de evolução da doença.
Excelente matéria. A maior dificuldade dos Sobreviventes da Polio é encontrar profissionais que conheçam a nova doença q estão sendo acometidos, uma nova atrofia, a Síndrome Pós Polio.
Essa nova doença causa dores e é muito comum, por falta de conhecimento dos profissionais, pacientes serem encaminhados pra um psicólogo.
Qto mais pessoas tiverem acesso a essa informação, mais profissionais poderão se empenhar em promover uma qualidade de vida cada vez melhor àqueles que possuem a SPP….Essa é a esperança que nos move!!!
É bem isso mesmo… um dia após o outro, vivendo perigosamente!
Doença progressiva e irreversível, que vive nos pregando peças, maioria das vezes, não tão boas… uma caixinha de surpresas, não por ser imprevisível, mas pelo fato da gente nunca estar preparado emocionante para a chega do pior.
O descaso dos governantes nos tira liberdade de viver dias melhores.
Contudo, a vida sempre vale à pena, mesmo em momentos que desacreditamos disso. Não podemos é desistir.