O pastor e o diabo
No meio da primavera do ano passado, um certo pastor, aparentemente não muito preocupado com o semelhante, deixou a palavra de Deus de lado e, em nome do pragmatismo, vendeu sua alma para o diabo.
No contrato de compra e venda, lavrado em Cartório Municipal e datado em 10/11, ele o assinou com o próprio sangue.
Nas linhas e entrelinhas, o diabo lhe exigiu de simulação, mentiras e traição. Na data da assinatura, ele receberia 50% do valor da venda de sua alma e, 24 dias depois mais 50% e a entrega definitiva de sua alma para o gramulhão.
Entre uma data e outra, o pastor deveria agir com normalidade, inspirar carinho, fingir amizade e participar de todos os cultos.
Porém, a partir do 24º dia, deveria cuspir no prato que sempre comeu, humilhar quem sempre achou que o pastor era um deles e se colocar acima da verdade.
Deveria, ainda, o pastor distorcer, desferir severos golpes contra aqueles que se opusessem ao comprador da tua alma.
Para não se sentir sozinho, o comprador de sua alma, colocou ao seu lado, cinco outras almas já compradas.
E assim, o pastor de alma vendida, começou a trilhar o caminho de um devasto cavaleiro apocalíptico, fechou os seus olhos para os antigos amigos, para as antigas alianças e para as ações que cultuava como éticas e cristãs.
O pobre pastor não percebeu que ao vender sua alma para o diabo, recebeu como efeito no pagamento, um dinheiro advindo de criminalidades, de tragédias, de mortes por drogas ou tiros e da destruição de vários lares…
Vale lembrar que o diabo ajuda a fazer… Porém, jamais ajuda a esconder!
Embora o pastor tenha vendido sua lama para o diabo, ainda existem muitos cristãos orando para o seu resgate.
Mário Aparecido de Souza
jornalista