DestaqueNotíciasTaboão da Serra

Prioridades em Debate: O Custo da Marcha para Jesus X o Alívio da fome em Taboão da Serra

O investimento de R$ 746.250,00 da Prefeitura de Taboão da Serra na Marcha para Jesus reacende o debate sobre a aplicação de recursos públicos, contrastando o custeio de um grande evento religioso com a urgência da segurança alimentar na cidade.
O Poder de Compra Social do Investimento
A cifra gasta no evento dimensiona-se significativamente ao ser comparada com o custo de cestas básicas, revelando o potencial de auxílio social que o valor representaria se fosse destinado à mitigação da fome.
* Cenário 1: Cesta Básica a R$ 206,00
* Com a cotação mais baixa, de R$ 206,00 por cesta (referência da Calvo Comercial), os R$ 746.250,00 poderiam comprar 3.622 cestas básicas. Esse montante seria suficiente para amparar mais de três mil famílias com alimentos e itens essenciais.
* Cenário 2: Cesta Básica a R$ 370,00
* Considerando o valor de referência de R$ 370,00 estipulado na Licitação Nº 010/2025 da própria prefeitura, o mesmo investimento seria equivalente a 2.016 cestas básicas. Mesmo com o custo unitário 80% superior ao cenário inicial, mais de duas mil famílias poderiam ser assistidas.
A comparação coloca em perspectiva a escolha da administração municipal, que priorizou o custeio do evento em detrimento do potencial alívio direto à insegurança alimentar.
Licitação Travada: Entraves Burocráticos e a Urgência da População
A dificuldade em prover o auxílio social é agravada pelos obstáculos enfrentados nos próprios mecanismos de compra da prefeitura. Enquanto a Marcha para Jesus avançou sem impedimentos logísticos e financeiros, o processo crucial de aquisição de alimentos essenciais permanece paralisado.
A Licitação (Pregão Eletrônico Nº 010/2025), destinada à compra de cestas básicas para o Programa Qualifica Taboão da Serra, está parada. O processo, que previa um valor máximo de R$ 373,00 por cesta, não teve um vencedor declarado de forma imediata.
As razões para o atraso incluem:
* Suspensão para Análise: A sessão de disputa de lances foi interrompida, necessitando de uma continuidade posterior para análise das propostas, indicando falhas ou a necessidade de maior tempo para a avaliação técnica.
* Impugnações ao Edital: Empresas questionaram formalmente as regras, especificações, ou requisitos do edital, obrigando a administração pública a paralisar o processo. Tais questionamentos legais e técnicos postergam o atendimento à população e a homologação do vencedor.
A discrepância entre a agilidade na realização do evento religioso e a morosidade no processo de compra de alimentos básicos intensifica o questionamento central: quais são as verdadeiras prioridades de investimento público do município diante da crescente vulnerabilidade social de seus moradores?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *