Escrava Anastácia, a Santa Popular Negra do Brasil
Escrava Anastácia (Pompéu, 12 de Maio de 1740 – data e local de morte incertos) é uma personalidade religiosa de devoção popular brasileira, adorada informalmente pela realização de supostos milagres. A própria existência da Escrava Anastácia é colocada em dúvida pelos estudiosos do assunto, já que não existem provas materiais da mesma.
Em meados de 1740, chegou ao Brasil o navio negreiro Madalena trazendo 112 pessoas escravizadas no Congo. Delminda, uma das mulheres aprisionadas, foi vendida e estuprada, dando a luz à Anastácia, uma menina negra de olhos azuis.
A beleza de Anastácia despertou o interesse de senhores de escravos. Valente, a menina se recusava a se deitar com eles e se opunha com bravura às opressões sofridas. Para silenciá-la, colocaram em Anastácia uma máscara de ferro que ela usou por toda a vida.
A máscara, chamada de Máscara de Flandres, era colocada nos escravos para impedir que eles ingerissem terra, já que essa era uma das formas que os escravos achavam para dar fim à vida de sofrimento.
A resistência de Anastácia diante da violência sofrida incentivou a resistência de outras pessoas escravizadas.
Além disso, Anastácia era curandeira, e ajudava os doentes com suas mãos milagrosas. Ela chegou inclusive a salvar a vida do filho de um fazendeiro que a estuprou.
Anastácia já muito doente e debilitada, é levada para o Rio de Janeiro onde vem a falecer, sendo que os seus restos mortais foram sepultados na Igreja do Rosário que, destruída por um incêndio, não teve como evitar a destruição também dos poucos documentos que poderiam nos oferecer melhores e maiores informações referente à “Escrava Anastácia, A Santa” (assim, é venerada dentro da Religião Afro-Brasileira), além da imagem que a história ou a lenda deixou em volta do seu nome e na sua postura de mártir e heroína, ao mesmo tempo.
A crença popular na santidade de Anastácia já existia, mas aumentou ainda mais após o incêndio. Hoje, diversas entidades solicitam a beatificação de Anastácia ao Papa.
O “Consagrado à Escrava Anastácia” é celebrado no dia 12 de maio, a fim de solicitar pedidos de cura à “santa popular” brasileira.
Descrita como uma das mais importantes figuras femininas da história negra, Escrava Anastácia é venerada como santa e heroína em várias regiões do Brasil. De acordo com a crença popular, a Escrava Anastácia continua operando milagres.
*fonte: www.mulheresdeluta.com.br // www.portalsaofrancisco.com.br