Por Que aceitei ser pré-candidata a vereadora pelo PMB?
O cenário atual não traz orgulho a nenhum brasileiro. Sei, contudo, que a realidade não pode ser mudada sem ação, que nossos sonhos não são alcançados sem esforços e, sobretudo, que grandes transformações enfrentam, quase sempre, a resistência dos que não querem mudar. Por isso, com a convicção de viver em uma cidade que me dê orgulho e que permita qualquer outro taboanense, ter oportunidades reais de desenvolvimento, decidi me enveredar pelo caminho da diferença. Decidi, mais do que fazer, ser essa diferença que desejo na minha Taboão da Serra. Diante de tanta corrupção, de tanto desgaste da imagem dos políticos brasileiros, sempre vi a política e mesmo algumas políticas públicas brasileiras como um entrave para pessoas sérias, bem-intencionadas e preocupadas com a coletividade fazerem parte do meio. Neste ano recebi o convite do Partido da Mulher Brasileira – PMB, como pré-candidata a vereadora em Taboão da Serra. O partido é novo, tem pouca expressividade. A proposta da pré-candidatura, enfim, veio. Na sequência, vieram os obstáculos: o partido não tem verba de fundo partidário e nem tem tanta expressão em Taboão da Serra. Mais algum tempo estudando sobre o partido antes de uma decisão. Como grupo, aceitei o desafio do partido. Porém, encarar o desafio de eleger uma mulher, negra e trabalhadora, sem poder contar com recursos do partido beirava à aventura. O próprio partido já me expôs que nem sempre as pessoas, na política, jogam limpo. Deixaram claro que posso ter minha vida, minhas contas e minha família reviradas. Mais que isso, a certeza de que eu preciso fazer algo maior, de que eu posso contribuir para romper esse rótulo de que todo político é desonesto. Não entrei sozinha nessa história. Entrei com a esperança de inúmeras pessoas que esperam um futuro melhor. Entrei para lutar contra a discriminação e preconceito raciais, contra todo tipo de violência aos idosos, as mulheres, as crianças, enfim, lutar pelo respeito a dignidade humana. Estou nessa para representar uma nova visão de política. Campanhas não devem ser feitas com dinheiro público nem financiadas por grupos mais favorecidos, devem ser feitas com propostas. É hora de tentar uma ação mais coletiva. Não acho que dinheiro deva ser parâmetro para eleger ou não alguém, mas tenho a convicção de que política séria se faz com boas ideias. Farei uma campanha muito de cara a cara e na internet. Vou disputar a vaga com políticos renomados e respaldados, e sei que o desafio é talvez ousado demais para uma mulher do povo, como eu. Quero ter a chance de provar que pessoas de bem podem, sim, entrar na política e mais, podem permanecer sendo de bem, podem permanecer honestas.
Nice Santos
Pré-candidata a vereador pelo PMB de Taboão da Serra