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Capitão Lener, 10 anos depois, deseja ser prefeito de São Lourenço da Serra

Há 10 anos atrás, Capitão Lener, ex-prefeito de São Lourenço, pressionado pelo Ministério Público, por escândalo eleitoral e na Câmara Municipal por denuncias de corrupção e super faturamento, ele renunciou ao cargo.

Embora ele tenha tido suas contas rejeitadas de 2009 e 2010, tanto pelo Tribunal de Contas do Estado de SP, como pela Câmara Municipal, e, sabendo das dificuldades que terá para registrar sua candidatura, ele tenta desconstruir a imagem de político corrupto que muitos atribuem a ele.

 

Campanha eleitoral hoje, escândalo de corrupção amanhã

 

Distantes dos grandes centros — e também da fiscalização da imprensa independente e dos órgãos de controle –, milhares de candidatos Brasil fora fecharam nos últimos meses e semanas os acordos políticos, financeiros e logísticos que poderão levá-los à vitória. Mas, uma vez eleitos, chegará a fatura. Ela será paga, como sempre, pelos cidadãos. Muitos políticos estão, desde já, com o rabo preso.

A dois meses das eleições, vejamos como funciona as engrenagens desse mecanismo que movimenta a robusta máquina da corrupção no país. Os três principais caminhos que levam aos escândalos constam no caso abaixo. Em comum, há sempre alguém que oferece vantagens ao candidato para no futuro obter benefícios, muitas vezes ilegais, dos eleitos.

A teoria encontra amplo respaldo na realidade.

 

Caso Milico

 

Tome-se o exemplo de São Lourenço da Serra com 11.000 eleitores e orçamento anual de 28 milhões de reais. Nas eleições de 12 anos atrás, o empresário Antônio Carlos Soares, popular Milico, dono de uma empresa de equipamentos de som, fez o serviço de áudio da campanha de Lener do Nascimento Ribeiro (DEM). Coisas simples, como alto-falantes em carros de som e microfones em comícios. O pagamento veio depois da vitória do candidato. Em janeiro de 2009, Milico ganhou um cargo na prefeitura, com salário de 1 200 reais. Em depoimento à polícia, o empresário confirmou que obteve o cargo em troca da ajuda na campanha. A prefeitura continuou contratando seus serviços para eventos. Milico recebeu cerca de 13 000 reais, emitindo notas fiscais frias. O falatório na cidade levou o Ministério Público a fazer investigações. Milico foi exonerado e Lener renunciou à prefeitura em 2010.

 

Efeito da renuncia

 

A renúncia do prefeito de São Lourenço da Serra, capitão Lener Nascimento, em 25/11/2010, pegou os vereadores da cidade de surpresa. Na época de acordo com o vereador André Despézio o fato foi informado à Câmara Municipal por meio de ofício em 26/10/2010.
Mesmo integrando a base de oposição ao ex-prefeito André Despézio disse que os vereadores não esperavam essa atitude do capitão.
“Ninguém esperava isso. Todos nós fomos pegos de surpresa. Não era isso que ninguém queria”, contou.
O ofício de renúncia foi lido em plenário e provocou perplexidade entre os integrantes do Legislativo local.
Naquele período a administração do prefeito estava comprometida pelo desgaste com a Câmara, devido as denúncias de superfaturamentos na Merenda Escolar, no Transporte Coletivo e irregularidades no transporte Escolar.

 

Chutando o balde

 

Em sua carta renúncia, capitão Lener chamou de morta todos os braços da Justiça. Segundo ele, sobre seus opositores, ele disse que são: “sanguinária quadrilha, a qual inclusive evidencia contar com o beneplácito da Justiça brasileira, aí compreendidos o Judiciário, o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado e da União, a Polícia Judiciária Estadual e Federal, dentre outros”.

Ainda em sua carta Lener chama de corrupta a Administração anterior a sua, ou seja, a do ex-prefeito José Merli.

Vale lembrar que, em 2004, José Merli era chefe de gabinete e o vice-prefeito era Antonio Carlos Polaco. Na última hora eleitoral, Lener traiu Polaco, que deveria ser seu sucessor natural, e lançou Merli como seu sucessor e, com seu apoio, acabou elegendo-o prefeito no período de 2005/08.

De prefeito a ouvidor

 

Em 01/12/2011 Lener foi nomeado pelo então prefeito de Taboão da Serra Evilásio Farias, como ouvidor municipal. Na época, ele também foi cotado para estar à frente da Secretária de Segurança Pública, porém foi empossado como Secretário Coronel Silas Santana como titular da pasta.

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