Acotirene e os primórdios do Quilombo dos Palmares
Acotirene ou Arotirene (registrado em diversos documentos) deu nome a um importante mocambo situado no Quilombo dos Palmares, instalado no litoral dos Estados de Pernambuco e Alagoas, em homenagem a uma das primeiras mulheres que habitou o Quilombo dos Palmares e que exerceu grande influência na vida dos negros quilombolas. Como houve poucos registros documentais, segundo a oralidade perpassada de pais para filhos que contavam a história do Quilombo que resistiu por quase um século, ela foi uma das primeiras mulheres a habitar os povoados quilombolas da Serra da Barriga (AL), antes de Ganga-Zumba assumir o poder. Matriarca do Quilombo do Palmares, exercia a função de mãe e conselheiras dos/as primeiros/as negros/as refugiados na Cerca Real do Macacos. Era consultada para todos os assuntos, desde questões familiares até questões político-militares.
Salve essa guerreira, matriarca, líder palmarina!
Desde o início da colonização do Brasil, os africanos procuraram meios de resistir à escravização de seus corpos e de suas mentes. E os quilombos foram uns dos principias instrumentos da luta negra. A palavra kilombo vem da língua banto umbundo e se refere a uma instituição militar da África Central (Congo e Angola) dos povos jagas ou imbangala. O quilombo brasileiro é, sem dúvida, uma cópia do quilombo africano reconstruído pelos escravizados para se opor a uma estrutura escravocrata pela implantação de outra estrutura política, na qual se encontraram todos os oprimidos.
A partir de 1597, a floresta e as montanhas na fronteira dos estados de Pernambuco e Alagoas serviram de palco para a formação do Quilombo dos Palmares. Formado por uma associação de comunidades negras, os mocambos, Palmares teve importantes lideranças, como Acotirene, Aqualtune, , Ganga ,Zumba e Zumbi.
É comum pensarmos na história da escravidão no Brasil e dos escravizados trazidos do continente africano como agentes passivos, sofrendo intermitentemente nas mãos de senhores brancos e que receberam a liberdade das mãos de uma princesa loira e de olhos azuis trezentos anos depois. Essa visão, tão arraigada no imaginário coletivo, não poderia ser mais enganosa. Os indivíduos trazidos da África conseguiram estabelecer na América portuguesa importantes laços de solidariedade entre si, irmandades religiosas, e, não raro, reagiram à rotina de trabalhos compulsórios aos quais eram submetidos pela vontade e força de seus patrões. Assim, eles se tornaram agentes construtores de sua própria história, passada ao longo das gerações pela tradição oral.
Acotirene ou Arotirene (registrado em diversos documentos) deu nome a um importante mocambo situado no Quilombo dos Palmares, instalado no litoral dos Estados de Pernambuco e Alagoas, em homenagem a uma das primeiras mulheres que habitou o Quilombo dos Palmares e que exerceu grande influência na vida dos negros quilombolas. Como houve poucos registros documentais, segundo a oralidade perpassada de pais para filhos que contavam a história do Quilombo que resistiu por quase um século consta, acotirene foi uma das primeiras mulheres a habitar os povoados quilombolas da Serra da Barriga (AL), antes de Ganga-Zumba assumir o poder. Matriarca do Quilombo do Palmares, exercia a função de mãe e conselheiras dos/as primeiros/as negros/as refugiados na Cerca Real do Macacos.
*pesquisa realizado por: Jose Lucas (Folha do Pirajuçara)
*fonte : https://anamontenegro.org