O legado de André Rebouças
O abolicionista, monarquista e engenheiro baiano André Rebouças (1838-1898) inscreveu seu nome na história do Brasil pelas obras de infraestrutura que planejou na época do Segundo Reinado e pela luta abolicionista.
Oriundo de uma família de afrodescendentes – sua mãe era filha de comerciantes e seu pai, um advogado autodidata de grande prestígio na época, atuou como deputado federal pela Bahia em várias legislaturas –, André Rebouças foi o primeiro engenheiro negro a se formar pela Escola Militar do Rio de Janeiro.
Especializou-se em engenharia civil na Europa e, na volta, ao lado do irmão Antonio Rebouças (também engenheiro), projetou uma rede de abastecimento de água para a cidade do Rio de Janeiro, as docas do Maranhão, de Cabedelo, do Recife e da Bahia. Os irmãos Rebouças também foram responsáveis pelo projeto da estrada de ferro que liga Curitiba ao porto de Paranaguá, considerada, até hoje, uma obra de concepção avançada para a época. Depois de atuar como engenheiro militar na Guerra do Paraguai, André Rebouças se engajou na luta abolicionista ao lado de José do Patrocínio, Cruz e Souza e Machado de Assis. Monarquista convicto, decidiu deixar o país após a proclamação da República, em 1889. Passou pela Europa e África antes de se estabelecer na Ilha da Madeira, onde morreu em 1898. O trabalho de André Rebouças pela modernização do país e pela abolição da escravatura acabou reconhecido em várias cidades brasileiras, que o homenagearam com o bairro Rebouças, em Curitiba, a Avenida Rebouças, em São Paulo, e no túnel que leva seu nome, no Rio de Janeiro.
Pesquisa : Jose Lucas (Folha do Pirajuçara)
Fonte https://agendabonifacio.com.br/