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Novembro Azul: saiba por que o bigode virou símbolo dos cuidados com a saúde do homem

O mês de novembro vem para conscientizar sobre o Câncer de Próstata, o tipo mais comum em homens. Além disso, é preciso abrir os olhos para os cuidados proativos e preventivos, que não são comuns para o público masculino

 

Durante todo o mês, o Novembro Azul traz a importância de conscientizar sobre o câncer de próstata, doença que afeta principalmente homens acima de 50 anos de idade. Como símbolo, a campanha traz o desenho do bigode, refletindo sobre a importância de dar cada vez mais atenção à saúde masculina.

Em 1999, na Austrália, um grupo de 30 amigos resolveu deixar o bigode crescer para chamar a atenção sobre os cuidados com a saúde do homem. Nas ruas, eles arrecadaram quantias de dinheiro que, posteriormente, foram doadas para instituições de caridade. Como em 17 de novembro já se era comemorado o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata, o mês foi escolhido para iniciar o movimento. A ideia fez com que a história fosse contada cada vez mais e, em 2004, surgiu o Movember Foundation Charity – sendo a união de Moustache (bigode em inglês) com November (novembro) – para dar voz ao tema.

Historicamente, os homens são menos preocupados com a própria saúde do que as mulheres e, com a chegada da pandemia, esse cenário ficou ainda mais grave. A principal maneira de evitar diagnósticos tardios é a partir da detecção precoce, que deve ser feita a partir de exames regulares e preventivos, assunto que ainda é um tabu para o público masculino.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o câncer de próstata é o tipo mais comum em homens, (com exceção do câncer de pele não melanoma). A cada 38 minutos no Brasil, um homem morre por causa da doença, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Até o final de 2023, são estimados 72 mil casos de câncer de próstata no Brasil. No âmbito mundial, a tendência é igualmente inquietante, sendo este responsável por 3,8% das mortes somadas a todos os tipos de tumores segundo os dados mais recentes da GLOBOCAN, levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde que avalia os impactos do câncer nos diferentes países.

“A partir do Novembro Azul, é necessário lembrar que o tema deve ser ainda mais discutido e ampliado. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura do câncer de próstata aumentam significativamente – podendo passar de 90% – além de permitir que o tratamento seja menos invasivo”, destaca o oncologista Andrey Soares, da Oncoclínicas São Paulo.

 

Além da próstata

 

Apesar do câncer de próstata ser o mais comum em homens, é necessário também abrir os olhos para os cânceres de pênis e testículos. Mesmo sendo prevalentes em 2% e 5% dos casos respectivamente, não devem ser negligenciados.

No caso do câncer de pênis, por exemplo, o diagnóstico tardio leva a mais de mil amputações por ano no Brasil. Suas causas possuem fatores como: falta de uma boa higiene e infecções – geralmente por relações sexuais – por HPV. Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/Datasus) do Ministério da Saúde, foram diagnosticados 1933 casos da doença em 2022.

Quanto ao câncer testicular, apesar de não ser associado a causas ambientais, costuma acontecer em jovens de 15 a 50 anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o problema pode até mesmo ser mascarado por ser confundido com processos inflamatórios e infecciosos.

 

Sem tabu!

 

Um levantamento feito pelo Centro de Referência em Saúde do Homem do Estado de SP mostrou que não é à toa que 70% das mulheres comparecem às consultas médicas com seus parceiros, resultado de que o diagnóstico precoce e o cuidado proativo e preventivo não é comum para o público masculino.

“Ainda existe uma resistência dos homens fazerem o acompanhamento médico de prevenção. Vale lembrar que pessoas afrodescendentes ou que tenham parentes de primeiro grau com a doença, é necessário fazer os exames antes dos 45 anos. Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores são as chances de sucesso no tratamento, fazendo com que as chances de cura chegam a 90%”, finaliza o Dr. Andrey.

 

*por: Cinthia Silva Jardim (DIGITAL TRIX)

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