OPAS emite alerta epidemiológico para coqueluche nas Américas
Os estados do Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) têm registrado um aumento nos casos de coqueluche, também conhecida como tosse convulsa. Em São Paulo, só em 2024, de janeiro a julho, já foram notificados 466 casos suspeitos, sendo 165 confirmados até 3 de julho, segundo boletim epidemiológico, publicado no dia 11 deste mês. No Rio de Janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde registrou um aumento de mais de 300% de casos da doença até julho deste ano, comparado ao ano de 2023 inteiro.
De acordo com o alerta epidemiológico da OPAS, publicado em 22 de julho de 2024, no Brasil, da semana epidemiológica (SE) 1 à SE 26 de 2024, foram notificados 973 casos suspeitos de coqueluche, enquanto 1.465 casos suspeitos foram notificados ao longo de 2023. Desses, até a SE 26 em 2024, 240 casos foram confirmados, em comparação com 217 confirmados no mesmo período em 2023. Os estados que concentraram o maior número de casos em 2024 foram São Paulo, com 157 casos, Paraná, com 26 casos, Minas Gerais, com 15 casos, e Rio Grande do Sul, com 12 casos de coqueluche.
Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, apesar da imunização ser uma das intervenções de saúde pública mais bem-sucedidas, a cobertura vacinal global ainda não retornou aos níveis pré-pandemia de COVID-19.
O relatório da OMS/UNICEF mostra que o número de crianças que não receberam a vacina difteria-tétano-coqueluche (DTP3) também caiu: de 846 mil em 2021 para 257 mil em 2023. No Brasil, a DTP é administrada pelo Programa Nacional de Imunizações, o PNI, como a Vacina Pentavalente.
Contudo, dados da OMS indicam que o problema pode ser global, cerca de 14,5 milhões de crianças em todo o mundo não receberam uma dose inicial da vacina DTP em 2023, o que destaca a falta de acesso à imunização e a outros serviços de saúde.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o estado do Oregon reportou um aumento alarmante de 770% nos casos de coqueluche em 2024 comparado ao ano anterior, com 178 casos registrados até o final de maio. Além disso, surtos foram observados em escolas de Pittsburgh, Pensilvânia, e Minnetonka, Minnesota, ressaltando a necessidade de atenção contínua e de esforços para aumentar a imunização.
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Sobre a Coqueluche
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de alta transmissão respiratória, de distribuição universal, imunoprevenível e de notificação compulsória. Apesar da coqueluche ser uma doença imunoprevenível, sendo o homem o único reservatório natural, ainda representa um problema de saúde pública, especialmente em lactentes, onde pode levar a complicações graves e até mesmo à morte.
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