DestaqueNotíciasPauta Livre

A doação de medula óssea é um ato de solidariedade que pode salvar vidas

A doação de medula óssea é um ato de solidariedade que pode salvar vidas, oferecendo uma segunda chance para pacientes com doenças graves que afetam as células sanguíneas. No entanto, ainda existem muitos mitos e receios em torno do procedimento. Vamos entender a importância e os riscos envolvidos:

Importância da Doação de Medula Óssea
A medula óssea, popularmente conhecida como “tutano”, é um tecido líquido gelatinoso que fica dentro dos ossos e é responsável por produzir as células do sangue: glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas.
O transplante de medula óssea é um tratamento essencial para diversas doenças que comprometem a produção de células sanguíneas ou que afetam a medula, como:
 * Leucemias: Cânceres que afetam as células do sangue.
 * Linfomas: Cânceres que afetam o sistema linfático.
 * Anemias graves: Como a anemia aplástica, onde a medula não produz células suficientes.
 * Doenças genéticas: Como a talassemia e anemia falciforme.
 * Mieloma múltiplo: Câncer das células plasmáticas.
Para muitos desses pacientes, o transplante de medula óssea é a única esperança de cura. A dificuldade em encontrar um doador compatível é um dos maiores desafios, pois a compatibilidade é determinada por um conjunto de genes (HLA) e não depende apenas do tipo sanguíneo. Por isso, quanto mais pessoas se cadastrarem como doadoras, maiores serão as chances de encontrar um doador para quem precisa.
Erros e Riscos da Doação de Medula Óssea
Apesar de algumas preocupações, a doação de medula óssea é um procedimento seguro. Muitos dos “erros” na percepção pública são, na verdade, mitos.
Mitos desmistificados
 * “Doar medula óssea é extremamente doloroso e perigoso.”
   * Verdade: A doação é feita sob anestesia (geral ou sedação), o que significa que o doador não sente dor durante o procedimento. Embora possa haver um desconforto ou dor na região da bacia após a doação (se for por punção), isso é geralmente leve e controlável com analgésicos. Os riscos são mínimos e relacionados principalmente à anestesia, sendo as intercorrências graves muito raras.
 * “A doação envolve abrir ou remover ossos.”
   * Verdade: Existem duas formas de coleta. A mais comum (cerca de 90% dos casos) é por aférese, onde o doador recebe uma medicação que estimula as células-tronco a irem para o sangue. As células são então coletadas de uma veia, por meio de uma máquina que filtra o sangue (semelhante à doação de plaquetas). A outra forma é a punção nos ossos da bacia, onde a medula é aspirada com agulhas finas na parte de trás da bacia. Este procedimento dura cerca de 90 minutos e o doador geralmente fica em observação por um dia.
 * “A medula óssea não se regenera após a doação.”
   * Verdade: A medula óssea tem uma capacidade incrível de regeneração. O organismo do doador se recupera completamente em cerca de 15 dias. É possível doar mais de uma vez, se houver necessidade e compatibilidade com outro paciente, e o doador estiver apto.
 * “O processo de doação é demorado e difícil.”
   * Verdade: O cadastramento inicial é simples: basta ir a um hemocentro, preencher um formulário e coletar uma pequena amostra de sangue para tipagem HLA. Se a compatibilidade for encontrada, o doador é contatado para exames complementares e avaliação médica. O procedimento em si (coleta) geralmente dura algumas horas (por aférese) ou cerca de 90 minutos (por punção). O doador pode retornar às suas atividades diárias rapidamente, muitas vezes no dia seguinte, dependendo do método.
 * “Apenas parentes podem doar.”
   * Verdade: Embora a compatibilidade seja maior entre familiares, muitas vezes não é possível encontrar um doador na família. É aí que o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) se torna crucial, buscando doadores compatíveis em bancos de dados no Brasil e no mundo.
Riscos reais (mas mínimos):
Os riscos associados à doação de medula óssea são geralmente pequenos e controláveis:
 * Relacionados à anestesia: Como em qualquer procedimento que envolva anestesia, há riscos mínimos de reações adversas, que são monitorados pela equipe médica.
 * Desconforto ou dor: No caso da punção, pode haver dor no local da coleta, cansaço ou dor de cabeça, que são aliviados com analgésicos e geralmente desaparecem em poucos dias.
 * Sintomas semelhantes à gripe: Na doação por aférese, a medicação para estimular as células-tronco pode causar dores no corpo, semelhantes a uma gripe, que também são passageiras.
 * Pequenas cicatrizes: No caso da punção, as incisões são pequenas e ficam quase imperceptíveis.
Como se tornar um doador?
Para se tornar um doador de medula óssea, você precisa:
 * Ter entre 18 e 35 anos de idade.
 * Estar em boas condições de saúde.
 * Procurar o hemocentro mais próximo e fazer seu cadastro no REDOME, preenchendo um formulário e coletando uma pequena amostra de sangue para exames de compatibilidade (tipagem HLA).
É fundamental manter seus dados cadastrais sempre atualizados, pois se você for encontrado como um doador compatível, o contato rápido é essencial.
A doação de medula óssea é um gesto de amor e solidariedade que tem o poder de transformar vidas. Ao se cadastrar, você se torna parte de uma rede de esperança que pode oferecer uma segunda chance para pacientes que enfrentam doenças graves.

Como fazer o cadastro para candidatos a doador de medula óssea

Para se cadastrar no banco de doadores de medula óssea você deve ter entre 18 e 35 anos de idade e estar em bom estado geral de saúde. O cadastro é feito em hemocentros de grandes hospitais.

Basta você comparecer e manifestar o seu desejo, neste momento será feito um cadastro com seus dados pessoais e uma amostra de sangue será colhida. Seus dados e o resultado do seu exame genético irão para um sofisticado sistema informatizado que cruza os dados de compatibilidade entre doadores e pacientes que precisam de transplante em todo o mundo.

Se em algum momento for detectado que você é compatível com algum paciente que esteja necessitando de doação de medula, uma equipe especializada irá entrar em contato com você por telefone.

Hoje no Brasil existem mais de 4 milhões de doadores cadastrados, entretanto grande parte destas pessoas estão com seus dados cadastrais desatualizados na plataforma do REREME, isso leva à triste realidade de pessoas que são compatíveis não serem localizadas para fazer a doação. Cada doador cadastrado gera custos ao sistema público de saúde, os gastos são relacionados a exames de compatibilidade e recursos para manter servidores de grande banco de dados operante, mediante a isso a população deve estar conscientizada de que a atualização cadastral é tão importante quanto os novos cadastros.

Para realizar a atualização dos dados ou encontrar o hemocentro mais próximo para realizar o seu cadastro, basta ir ao site http://redome.inca.gov.br/doador/.

 

(*) informações: Doador de medula óssea. Eu posso ser? – Blog – Biosana’s

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *