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A Contagem Regressiva e o Silêncio em Taboão da Serra: A Luta Pelo Reajuste Salarial na Votação da LOA

O vergonhoso silêncio da maioria esmaga a dignidade de quem mantém a cidade funcionando.

O relógio corre, implacável, e o destino financeiro de milhares de famílias em Taboão da Serra está à beira do precipício. A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 tem votação final cravada para o fim da primeira quinzena de dezembro. Este é o documento que deveria ser o pilar da justiça social e, ironicamente, o palco onde a classe política expõe sua mais cínica face.

Na última segunda-feira, dia 3 de novembro, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Taboão da Serra cumpriu o rito burocrático com a decência que a Câmara ignora: protocolou, com dados e números frios, o pleito inadiável para a inclusão do reajuste salarial na LOA. O que se pede não é luxo, é o mínimo para estancar a hemorragia da perda inflacionária que sangra o bolso do funcionário.

O Poder da Omissão de 12 em Taboão

O que aconteceu na sessão de terça-feira, dia 4 de novembro, é um tapa na cara da democracia local. Dos 13 vereadores eleitos para fiscalizar, legislar e, acima de tudo, representar, apenas a vereadora Professora Najara Costa, do PCdoB dedicou uma mísera menção à pauta dos servidores, reconhecendo o protocolo. Uma “leve menção” que serve apenas para carimbar a hipocrisia de quem finge se importar.

Os outros 12 optaram pelo silêncio sepulcral.O silêncio, neste contexto, não é apenas a ausência de som. É uma estratégia política deliberada, covarde e profundamente desonesta. Ao se omitir, a maioria da Câmara sinaliza:

  • Desleixo com a Lei: A principal função do vereador, ditada pela Lei Orgânica Municipal, é legislar sobre a matéria orçamentária e garantir a correta aplicação dos recursos. Ignorar o reajuste é um atestado de incompetência ou, pior, de cumplicidade com o desmonte salarial;
  • Manobra do Tempo: A recusa em debater o assunto agora visa deixar o tema “morrer” antes do prazo final de dezembro. O objetivo é aprovar a LOA sem o reajuste, alegando falta de “tempo hábil” para a inclusão de emendas – uma desculpa esfarrapada que não engana ninguém;
  •  Desprezo à Dignidade: O servidor público é quem garante que o lixo seja recolhido, que a criança seja educada e que a saúde básica funcione. Manter seus salários congelados enquanto a inflação avança é condenar a qualidade do serviço público. Quem sofre não é apenas o funcionário, é o cidadão.

 

O Apelo Final: Cidadão de Taboão, Acorde!

A LOA de 2026 será votada em dezembro. O destino do dinheiro público e a justiça salarial não podem ser definidos à base do silêncio e da omissão. O que acontece na Câmara de Vereadores de Taboão da Serra afeta a todos: se o servidor está sucateado, o serviço público também estará.

Não espere! É hora de o cidadão comum de Taboão da Serra, que paga impostos e depende dos serviços municipais, romper este pacto de silêncio. Cobrem os 12 vereadores omissos. Exijam que eles se posicionem, apresentem as emendas necessárias e garantam a inclusão do reajuste salarial na Lei Orçamentária.

A história orçamentária desta cidade será escrita com a tinta amarga da omissão, a menos que a voz popular, finalmente, se torne mais alta do que o silêncio da maioria no plenário. A qualidade do seu serviço público em 2026 depende da sua pressão hoje.

Mário Aparecido de Souza

Jornalista diplomado

Primeira turma de 85 da FCS CL

MTB 18493

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