Eduardo Nóbrega é cobrado por vereadores após episódios de agressão em Taboão
O desdobramento das ações protagonizadas pelo vereador Eduardo Nóbrega mancharam a sessão desta terça-feira, 16/10, da Câmara Municipal de Taboão da Serra, transformando o parlamento num verdadeiro campo de batalha. A agressividade do vereador e do seu grupo político, até mesmo de familiares foi debatida, criticada e lamentada publicamente por vários vereadores. Houve até um pedido de sessão secreta para discutir a conduta. Até um mês antes da eleição, o vereador Eduardo Nóbrega era o que mais tinha espaço no governo municipal. Sem contar o fato da prefeitura bancar o funcionamento do time dirigido pelo irmão dele, Anderson Nóbrega, secretário de Esportes de Embu. Em sua defesa, Nóbrega alegou ter cometido equívocos, disse ter refletido sobre sua conduta e chegou a sinalizar mudança de comportamento.
“Quero me direcionar exclusivamente ao vereador Eduardo Nóbrega. Vereador, vossa excelência é responsável por aqueles que lidera. O senhor errou, erra e continua errando nos seus posicionamentos, quando extrapola todos os limites da democracia. Quando com frequência faz uso desses expedientes. Infelizmente, o senhor é um desagregador, a sua conduta política é até desleal. Está em um projeto suicida…”, disparou em tribuna o vereador Ronaldo Onishi, um dos que cobrou Nóbrega.
A classe política de Taboão da Serra sabe: desde que o vereador Eduardo Nóbrega deixou a base governista, ele começou uma verdadeira cruzada, sob o pretexto de querer melhorias para a cidade. De forma previsível, usando o mais clássico e desgastado expediente da política, Eduardo Nóbrega anda às voltas com um pedido CPI contra o governo. Fez igual, antes da eleição municipal de 2016, quando conseguiu a abertura de uma CPI contra a cooperativa dirigida pelo agora deputado estadual José Aprígio.
Quem acompanha as sessões da Câmara de Taboão já notou há pelo menos quatro semanas, que o vereador Eduardo Nóbrega dá sinais de que se perdeu politicamente. Ainda que não tenha consciência, ele inaugurou um expediente que modificou os trabalhos do legislativo, ao uniformizar e levar até a Casa de Leis uma plateia de “defensoras”. Na sessão seguinte, o governo reagiu e também montou seu time de defesa. As sessões seguintes aconteceram dentro desse ambiente de hostilidade. Na semana passada, o plenário precisou ser esvaziado após um tumultuo que poderia ter acabado em vias de fato.
O vereador Marcos Paulo, o Paulinho, sugeriu de tribuna que o vereador Eduardo Nóbrega faça uma reflexão junto com a sua família. Paulinho lembrou que a sua família também foi atacada por causa das ações iniciadas por Eduardo Nóbrega. Lembrou que na ocasião reclamou do fato de tribuna, afirmou que não aceitou e nem aceitará essa conduta e desejou o fim da “lavagem de roupa suja”.
“Cabe uma reflexão com a sua família vereador Eduardo Nóbrega. Que vossa excelência possa refletir e mudar definitivamente a sua conduta… Está sendo muito claro aqui, o problema não é com o B.I (Bloco Independente), não é com a oposição, é com vossa excelência, vereador Eduardo Nóbrega. Ninguém está reclamando da conduta da a vereadora Érica Franquini, vereador Carlinhos do Leme, do vereador André, do vereador Alex Bodinho. Estamos aqui reclamando da conduta política de vossa excelência. Vossa excelência é responsável pelos seus liderados. Taboão da Serra não é um campo de batalha”, observou Marcos Paulo.
Numa tentativa frágil de mea-culpa, Eduardo Nóbrega avaliou que pode ter cometido erro. Logo depois, tentou diminuir os atos de que foi cobrado, em seguida negou responsabilidade sobre os episódios de ataques reclamados na sessão. Ele disse ser um vereador como qualquer outro, com acertos e erros.
“Eu entendo as coisas. Fui chamado a atenção da forma em que cobro as coisas. Disse as vossas excelências que não veriam isso novamente. Que isso não vire um conceito formado. Naquilo que me equivoquei assumo os erros e as consequências… Se houve membros da minha família ofendendo pessoas ai eles tem que responder. Cada um é responsável por si”, completou.
A sessão caminhava para o encerramento quando o secretário de Esportes de Embu, Anderson Nóbrega e o pai dele chegaram à Câmara de Taboão. Houve nova confusão, tumultuo e por muito pouco não aconteceu um novo episódio de agressão física nos corredores da Câmara. O irmão do vereador foi segurado por dois homens, quando “foi para cima da vereadora Joice Silva, presidente da Câmara de Taboão”.
No meio político, todo mundo sabe que o “nervosismo” dos Nóbregas está diretamente relacionado a perda da Secretaria de Planejamento e dos generosos espaços políticos na administração.