Chaguinhas, o ‘santo’ Negro da Liberdade
No ano de 1821 Francisco José das Chagas (Chaguinhas) revoltou-se com a situação de desigualdade entre os soldados portugueses e brasileiros. Os dois grupos lutavam pelas mesmas causas. Um dos problemas era o atraso de salário para os membros do batalhão nascidos no Brasil.
Chaguinhas teve infância pobre, e assim como outros alforriados, encontrou no serviço militar a possibilidade de dias melhores. Liderou, na região de Santos (SP), uma revolta ao lado de outros 6 companheiros. Todos foram presos. Ele e outro soldado, José Joaquim Cotindiba, cabeças do motim, foram enviados para a cidade de São Paulo. A punição para os dois seria a morte por enforcamento. No dia 20 de setembro daquele ano, no atual largo da liberdade, Cotindiba foi o primeiro a ser morto. Depois o enforcado seria Chaguinhas. Mais de dez mil pessoas assistiam aquela cena pedindo a liberdade do condenado. Na primeira tentativa a corda arrebentou. O governo foi consultado sobre outro pena, mas manteve a punição. Outra tentativa. Nova corda usada, porém, também se arrebentou. E o povo gritou: “Milagre!”. Mas o Chaguinhas foi enforcado na terceira vez! Mesmo assim mostrava sinais de vida e foi morto por meio de pauladas.
A partir desse fato a região se tornou local de culto, inclusive com erguimento de uma capela em 1887. Segundo documentos no Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo, a capela sofreu reformas nos anos vinte.
A Capela de Santa Cruz das Almas dos Enforcados, ou popularmente chamada de “Igreja das Almas”, indica a importância dos negros na história da maior cidade do país e na construção da fé popular no Brasil.
O templo na capital paulista fica na praça da Liberdade, 238 no bairro da Liberdade.
Parabéns por tão bela esplicacao e verdadeiro sou devota