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Raquel Trindade: a rainha cultural kambinda

Raquel Trindade

(de 10/08/1936 a 15/04/2018)

 

Raquel Trindade nasceu em Recife, Pernambuco, aos oito anos se mudou para o Rio de Janeiro. Com 25 an1os, bem jovem, chegou em Embu das Artes, onde trilhou sua carreira artística, tornando-se uma importante referência no âmbito das artes e da cultura afro-brasileira. Como seu pai, Solano Trindade, era uma apaixonada pelas artes em geral: folclorista, escritora, artista plástica, coreógrafa.

Foi responsável pela Fundação da Nação Kambinda de Maracatu e do Teatro Solano Trindade, uma homenagem ao seu pai. Raquel escreveu um livro ”Embu: de Aldeia de M’Boy a Terra das Artes”, publicado em 2004 e reeditado pela Noovha América Editora, em 2011. Nas artes plásticas, fez sua primeira exposição em 1966.

 

Raquel trindade, a referencia cultural afro brasileira

 

Por sua incansável luta pela valorização das diversas manifestações artísticas, Raquel recebeu a comenda da Ordem do Mérito Cultural, em 2012. Era uma ativista e a arte era sua grande bandeira de luta e resistência sociocultural.

Faleceu na madrugada de domingo dia 15 de abril de 2018, aos 8 anos, deixando três filhos, netos e um grande legado para as novas gerações de artistas e ativistas.

Assim como no Maracatu a principal personagem é a Rainha, no Teatro Popular Solano Trindade a estrutura matriarcal se mantém. Embora hoje o Teatro seja gerido pela família Trindade como um todo, sua existência continua centrada no protagonismo de Raquel, a Rainha Kambinda. Ativista da cultura negra, artista plástica, dançarina, coreógrafa e também fundadora da Nação Kambinda de Maracatu, Raquel Trindade era uma mulher que vivia a arte todos os dias. A dança fazia parte de sua identidade desde criança e era ensinada por ela.

apesar de não ter diploma universitário, foi docente da Unicamp e foi é responsável pelo curso de extensão Identidade Cultural Afro-Brasileira (ICAB), realizado em parceria com a Unifesp. Especialista em transmissão oral do conhecimento, Raquel trindade também foi uma (*griot), uma mestra guardiã do conhecimento, da história e da cultura afro-brasileira, fortalecendo a cada dia a missão de Solano Trindade de “pesquisar na fonte de origem e devolver ao povo em forma de arte”.

Neste dia 10/08/2023, se estivesse viva, Raquel trindade completaria 87 anos de vida. Porem, como ela nos deixou em 15/04/2018 para morar no infinito, nos da folha da pirajuçara desejamos a sua família muita luz e Axe. A finnal.vocês são a continuidade da obra e legado dela. A própria Raquel disse em entrevista ao site “escrevendo o futuro” que “Meus três filhos – Vitor da Trindade, Regina Célia e Dadá – e meus netos falam que de tanto viverem no meio da arte fica difícil não se tornarem artistas. São três filhos envolvidos com literatura, música, dança, pintura e cinema; os netos, o rapper Zinho Trindade e o percussionista Manuel, todos muito talentosos.”.

 

Griote ou griot

O seu recorte são os contadores de histórias – parte dessas castas – os Griots e as Griotes que têm a função de perpetuar as suas histórias ancestrais e as genealogias deles e a dos outros, repassando, de gerações a gerações, conhecimentos recolhidos de grandes viagens, às vezes, transmutados em músicas, crônicas, poemas.

 

Fonte: Mulher 500.org.com.br

http://www.afreaka.com.br

https://www.escrevendoofuturo.org.br

Pesquisa : Jose Lucas (Folha do Pirajuçara)

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