Professora Maria Antonieta vereadora negra de Embu das artes
Ela foi vereadora da segunda legislatura de Embu (1964-1868)
A primeira mulher da história na política de Embu. Era professora primária, muito respeitada na cidade, especialmente na Colônia Japonesa, pois após a segunda guerra mundial, com a proibição da língua japonesa em território nacional, foi Maria Antonieta quem ministrou aulas de português para as crianças nipônicas na Associação Nipo-Brasileira de M’Boy.
Como vereadora, Maria Antonieta foi primeira secretaria da Mesa da Câmara no ano de 1964, e segunda secretária nos anos de 1965, 1966, 1967 e 1968. Hoje, em sua homenagem o prédio da Câmara de Embu das Artes se chama “Casa Legislativa Maria Antonieta Martins de Almeida”
Como a vereadora, Maria Antonieta foi a primeira secretaria da Mesa da Câmara no ano de 1964, e segunda secretária nos anos de 1965-1968. Atualmente, em sua homenagem o prédio da Câmara de Embu das Artes se chama “Casa Legislativa Maria Antonieta Martins de Almeida”, de acordo com Decreto Legislativo Nº 88, DE 23/02/2006, promulgada pela presidente da Câmara Maria das graças de Souza.
DADOS BIOGRÁFICOS
Maria Antonieta Martins de Almeida nasceu na Capital em 1º de março de 1910. Era filha de José Salles e Adalgiza Maria da Conceição Martins. Formou-se Professora pela Escola Normal do Brás, em dezembro de 1929.
Casada com Octávio Pinto de Almeida, falecido em 1964, teve os seguintes filhos: Djanira (falecida), Octávio (falecido), Oswaldo, Dolcinéia, Dágiu (falecida), Gladir e Gisela.
Lecionou primeiramente no Município de Tanabi, Estado de São Paulo, sendo removida em 1935 para o M`Boy , hoje Bairro da Ressaca no atual Convento Maria Imaculada em Embu das artes. Em meados de 1936 criou a Escola Mista da Ressaca, na Colônia Japonesa de M`Boy, construída pela própria Colônia. Ali ficou até 1960, transferindo-se neste mesmo ano para o Bairro do Pinheirinho, em prédio construído pela Prefeitura Municipal de Itapecerica da Serra, com o nome de Escola do Bairro da Ressaca, atual E. E. de 1º Grau Carlos Alberto Pereira.
Em 1960, por sua iniciativa, teve a honra de recepcionar o então Presidente da República Sr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, que inaugurava a ex-BR-2, atual Rodovia Régis Bittencourt (BR-116) com seus alunos, ocasião em que foi ofertada uma “corbeille” de flores, ao saudoso Presidente.
Em 29 de abril de 1948 reuniu-se a Colônia Japonesa, do então M`Boy, para prestar significativa homenagem a Professora Maria Antonieta, pela sua dedicação e bons serviços prestados.
Depois de ter transferido a Escola do Bairro da Ressaca para o Bairro do Pinheirinho em 1961, Maria Antonieta se aposentava do Magistério Público, com 33 anos de bons serviços prestados ao Município.
Mas, Maria Antonieta Martins de Almeida achava que ser mãe e mestra não era suficiente para servir a seu Município, consequentemente, o Estado e sua Pátria. Foi assim que em 1962 ingressa na política pela legenda do então P.D.C. (Partido Democrático Cristão), sendo eleita Vereadora de Embu para o período de 1964 a 1968, tendo ainda ocupado o cargo de Primeira Secretária da Mesa Diretora dos Trabalhos.
Além das inúmeras indicações que apresentou durante seu mandato, pleiteou a instalação do primeiro Ginásio Estadual de Embu, e a mudança da Escola Maria Auxiliadora, do convento para o atual prédio localizado à Rua Siqueira Campos.
Concorrendo às Eleições Municipais de 1968 pelo M.D.B. (Movimento Democrático Brasileiro), não se elegeu, mas conseguiu o honroso cargo de Primeira Suplente.
Em julho de 1975 foi homenageada pela Colônia Japonesa através do ex-Vereador por São Paulo, Mário Osassa, então Secretário do Abastecimento da Prefeitura de São Paulo recebendo na ocasião a Medalha do Descobridor do Brasil, “Pedro Álvares Cabral”.
Faleceu no dia 12 de maio de 1977, sendo sepultada no dia seguinte no Cemitério do Rosário, no Embu.
No dia 16 de maio daquele mesmo ano, foi homenageada pela Câmara Municipal de Embu, através de um emocionado discurso do então Vereador Jorge de Sousa, do MDB (já falecido), do que foram retiradas as informações desta breve biografia de Maria Antonieta Martins de Almeida. (Dados transcritos do Jornal `Tribuna de Embu` da segunda quinzena de maio de 1977)
Quando da realização da solenidade de inauguração do Grupo Escolar do Jd. Pinheirinho, em 6 de outubro de 1960, o Delegado de Ensino, Sr. Cesarino Pirró Filho, referindo-se à Professora Maria Antonieta, teceu os seguintes comentários:
“Fomos todos agradavelmente surpreendidos por uma recepção tocante por alunos, pais destes e professores com saudações e canções inéditas, criadas pelo espírito imaginativo das Srªs Professoras e bem desempenhadas pelos alunos, verdadeiramente educativas por não conterem o caráter imitativo. Dessas saudações e canções deseja esta Delegacia obter cópias para testemunho do quanto pode o professor dedicado. Não faltou nem mesmo a recepção afetiva e festiva das flores…
Não me furto ao prazer de uma menção: Observei que a Profª Maria Antonieta é um verdadeiro ídolo para a população do bairro, onde dedicou longos anos de trabalho eficiente e verdadeiramente educativo. É uma educadora que merece ser considerada como um símbolo ao professorado de Itapecerica da Serra, que ela é realmente, na acepção exata do termo, uma educadora ciente e consciente dos problemas da educação de nosso povo, entre o qual realizou mesmo, verdadeiro sacerdócio.” (Depoimento transcrito do Jornal `O M`Boy número 13, de outubro de 1960)
No dia 13 de agosto de 1982 o novo prédio da Escola Estadual do Jd. Pinheirinho foi inaugurado, recebendo o nome de `EEPG Maria Antonieta Martins de Almeida`, a fim de substituir as antigas instalações daquele estabelecimento, que já não mais atendiam às necessidades da população escolar da área.
O nome dado ao estabelecimento de ensino do Jardim Pinheirinho – EEPG Profª Maria Antonieta Martins de Almeida – numa proposição do Deputado José Felício Castellano na Assembleia Legislativa de São Paulo, representou uma justa homenagem à dedicada Mestra que teve toda a sua vida a serviço do Magistério e da comunidade embuense. Educadora de várias gerações embuenses, a Professora fez uma legião de amigos e admiradores pelas suas qualidades de mulher dotada de espírito participativo, simpatia e lealdade. (Informações sobre a inauguração da Escola, transcritas do Jornal `Folha de Embu` número 431, de 01 de setembro de 1982).
Pesquisa: Jose Lucas (Folha do Pirajuçara)
Fonte: https://leismunicipais.com.br
https://folhadopirajucara.com.br
Texto e pesquisa de Márcio
Amêndola de Oliveira,
graduado em História na
USP.