O Perigo da “Família S.A.” no Executivo de Taboão

O prefeito Engenheiro Daniel, ao permitir que a vice-prefeita, Érica Franchini, e seu marido, o Secretário de Comunicação, João Menezes, concentrem poder de forma tão íntima e estratégica, colocou sua própria administração em xeque. Essa estrutura de “Família S.A.” não apenas viola a moralidade administrativa — o princípio basilar de que o interesse público deve se sobrepor ao particular — mas também expõe a gestão a um fogo cruzado legal por “favorecimento e promoção pessoal” com recursos da prefeitura.

O principal erro político de Daniel não é a nomeação em si, mas a sua “omissão”. Ele perdeu a narrativa: o que deveria ser um governo focado em Taboão da Serra se transformou, aos olhos da população e da oposição, em um preocupante projeto de clã.

A situação eleva o risco de uma crise de governabilidade. O “pior cenário” é a inevitável erosão da sua liderança: se Daniel não agir de forma drástica para romper essa percepção de conflito de interesses, ele se isolará politicamente. Qualquer deslize legal de Menezes ou Franchini será usado para formalizar um pedido de “cassação” junto à Câmara Municipal. É bom lembrar que a “Família S.A” já tem um histórico não tão favorável junto á Câmara Municipal, tendo inclusive reclamações de vereadores contra o secretário de Comunicação João Menezes. O futuro de Engenheiro Daniel depende de ele provar, com atitudes firmes, que governa para a cidade, e não para o círculo conjugal ao seu redor.

Enfim, muitas vezes o olhos veem o que o cérebro quer ver. Por isso, se não for minha imaginação, com certeza não é ilusão de ótica.